Enfermeiros de Moura aderem à greve de hoje na ULSBA
Escrito por Rádio Planíce em Fevereiro 9, 2023
São cerca de cinco os enfermeiros do Centro de Saúde de Moura que se juntam hoje, dia 09, aos colegas da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA), para uma paralisação de duas horas, entre as 10h e as 12h, à porta do Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja.
Em causa estão alguns problemas antigos já reivindicados, mas que ainda não estão resolvidos, como esclareceu à Planície Edgar Santos, coordenador do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) do Alentejo. “O que estamos a verificar no terreno e por isso a decisão de fazer duas horas de paralisação e protestar, aqui na ULSBA continua a situação de colegas a quem lhes foram contabilizados os pontos incorrectamente em 2018. Agora foram retificados, mas o Conselho de Administração (ULSBA), entende que não deve pagar retroactivos. O erro foi do Conselho de Administração, mas quem estão a ser penalizados são os enfermeiros”.
A Planície também ouviu a posição de João Ramos, enfermeiro no Centro de Saúde de Moura, que partilha as mesmas exigências dos colegas de profissão. “Os enfermeiros estão em protesto porque consideram-se injustiçados na sua carreira. Em termos salariais, hoje estão abaixo de outras profissões da função pública, como técnicos superiores”. Por outro lado, o tempo de contagem da carreira, “um sistema de avaliação da administração pública, que é extremamente injusto e serve para impedir progressões”, esclareceu e explicou como se processa: “Por regra, é atribuído um ponto por ano”, ou seja, os profissionais de saúde “levam 10 anos a subir de escalão. Em 40 anos, que é aquilo que se estima trabalhar, sobem até ao 4º escalão de rendimentos, quando a carreira tem 7 ou 8 escalões”.
Da parte do Centro de Saúde de Moura, estima que possa haver alguma “manifestação na tomada de posição”, pelo menos com “quatro ou cinco enfermeiros que têm problemas e podem participar na concentração de hoje junto ao Hospital de Beja”, informou João Ramos.
Além do pagamento dos retroactivos, os profissionais de saúde reclamam também a correção das injustiças relativas a quem fez formação especializada e/ou concurso para enf. Chefe, a contagem de pontos a quem ingressa no 2º semestre e o pagamento imediato das horas em divida nomeadamente através da calendarização do gozo dos feriados e tolerâncias.
O SEP não adiantou para já o número de enfermeiros presentes hoje no Hospital de Beja, mas garantiu que caso o Ministro da Saúde, Manuel Pizarro “não aceite negociar imediatamente com o sindicato, depois de vários pedidos de reunião”, as duas horas de greve vão prolongar-se por “mais tempo”, admitiu Edgar Santos.
Enfermeiros de Moura juntam-se ao protesto de hoje à porta da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, onde reivindicam direitos antigos, com uma conferência de imprensa marcada para as 11h.