Agricultores Portugueses iniciam hoje onda de protestos
Escrito por Rádio Planíce em Janeiro 26, 2023
O desmantelamento do Ministério da Agricultura e a extinção das Direcções Regionais de Agricultura (DRA), deu origem a vários protestos da parte dos agricultores a começar já hoje, dia 26, em Mirandela, seguindo-se Castelo Branco dia 30 e Ribatejo, Oeste e Alentejo em Fevereiro, onde o concelho de Moura estará presente.
A mobilização dos agricultores portugueses “é o grito de desespero para com o desnorte governativo no sector agrícola e florestal”, referiu a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), em nota de imprensa.
A integração das DRA nas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), foi a “faísca”, para o descontentamento, nesta que é a primeira acção deste ano e que se prevê que tenha uma “adesão crescente” do sector, que é base da economia na região do Baixo Alentejo.
O presidente da CAP, Eduardo Oliveira e Sousa, declarou que a concentração “não tem data prevista para acabar. Iremos assistir a uma onda nacional de protestos e manifestações por parte dos agricultores, porque rejeitamos ser espectadores passivos do colapso do Ministério da Agricultura e da desvalorização do Mundo Rural”. Um ministério que a seu ver, “perdeu peso político, ao qual foi subtraída a tutela das florestas, que foi incapaz de se bater por apoios ao sector no decurso da pandemia, inoperante na execução do Portugal 2020 com mais de 1.200 milhões de euros por executar”.
Defendeu ainda que a manifestação é uma forma de mostrar a incapacidade da tutela de apoiar os agricultores “durante a seca severa que o país atravessou, que anuncia pagamentos e reiteradamente incumpre prazos por si estabelecidos, omisso em medidas capazes de mitigar o aumento brutal dos custos da energia e dos combustíveis e que ainda não operacionalizou apoios financeiros decorrentes da guerra na Ucrânia e já aprovados por Bruxelas”.
Eduardo Oliveira e Sousa assumiu ainda que a integração das competências das DRA nas CCDR “lesa a agricultura portuguesa” e “é uma decisão errada, salientou.
A Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos mostrou o seu ponto de vista na altura em que foi anunciada a decisão, com o presidente José Duarte a referir que este foi um passo, no sentido de “esvaziar ainda mais a importância estratégica e capacidade de decisão do Ministério da Agricultura, que já tinha perdido a área das Florestas para o Ministério do Ambiente e competências da Direcção-Geral da Alimentação e Veterinária”.
Começam hoje os protestos dos agricultores contra a absorção das Direcções Regionais de Agricultura pelas CCDR’s.