Banco Alimentar de Beja com falta de stock de alimentos
Escrito por Rádio Planíce em Outubro 18, 2022
O aumento dos preços nos alimentos de uma maneira geral e de outras despesas obrigatórias, vai começar a criar situações de maior vulnerabilidade social, nomeadamente em relação aos pedidos de ajuda no caso do Banco Alimentar Contra a Fome de Beja.
Apesar do aumento dos pedidos de ajuda por parte de imigrantes no Alentejo, a situação das famílias na região ainda não é significativa. Preocupante, é a falta de stocks de alimentos no BA da capital de distrito, onde os produtos começam a escassear.
O actual presidente da associação de Beja, Tadeu de Freitas adiantou à Planície que se tem sentido “um aumento de (ajuda) de alguns imigrantes que estão sem trabalho e com algumas dificuldades, como foi o caso do grupo de timorenses, entre outros”.
Na área CIMBAL, com excepção de Odemira, que pertence ao Banco Alimentar de Setúbal, a associação de Beja apoia em média 4.500 pessoas por mês.
No entanto, para já, o aumento das famílias apoiadas por instituições e que recorrem ao Banco Alimentar de Beja, “ainda não é significativo. Talvez no próximo mês já consigamos perceber isso. As pessoas vão começar a ter dificuldades com os preços, mas só recorrem ao fim de um ou dois meses a pedir algum apoio alimentar às instituições que colaboram connosco”, explicou o presidente.
A direcção observou que o preço do custo das compras, também se reflecte no Banco Alimentar. E seria bom se houvesse mais ajuda das entidades locais. “O BA de Beja, como os BA do interior, têm muito pouco apoio de empresas, porque não há grandes empresas de grupos alimentares, onde possamos beneficiar de algum desperdício alimentar. Estamos limitados às duas campanhas, uma de verão e outra no final de novembro”, assim como o que “vem da emergência da parte da Federação dos Bancos Alimentares e alguns excedentes de outros bancos”.
A questão agora agravou-se no BA de Beja, com a falta de produtos nos armazéns. “Estamos mesmo com muitos problemas no nosso armazém e com os stocks muito em baixo”, declarou.
As campanhas “saco” feitas em hipermercados “são excelentes e as pessoas apoiam-nos da maneira que é possível”, mas não chega. “Nós damos muito mais do que aquilo que é recolhido nas campanhas “saco”. Anualmente, recolhemos na ordem das 30 toneladas na área CIMBAL, mas doamos cerca de 96 toneladas por ano”.
Por isso, Tadeu de Freitas apelou à participação de todos na próxima campanha do Banco Alimentar Contra a Fome em Beja e pelo país, no próximo mês de novembro para colmatar a carência de falta de alimentos armazenados.