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“Sem água, vai ser um drama para as culturas” Agricultores do Baixo Alentejo

Escrito por em Fevereiro 4, 2022

Em nota de imprensa, a Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo, (FAABA), manifesta “a sua grande preocupação relativamente à agricultura de sequeiro, à pecuária extensiva e também à falta de reservas hídricas, quer para o abeberamento animal, quer para o regadio”.

E sublinha que “as culturas de Outono-Inverno já se encontram gravemente comprometidas, ou por deficiente emergência, ou por se encontrarem já em défice hídrico. As pastagens não existem, o que tem levado os agricultores a recorrerem às reservas de feno e palhas que em muitos casos se encontram praticamente esgotadas”.  E refere que “para garantir a alimentação animal, os agricultores estão a ser forçados a adquirir também largas quantidades de alimentos concentrados e outros suplementos. Neste quadro, e a confirmarem-se as previsões do IPMA para as próximas semanas, a provisão de reservas alimentares para a pecuária serão praticamente nulas”.

O presidente da FAABA, Rui Garrido, disse à Planície que “nós temos vindo a acompanhar o evoluir da situação e o relatório do IPMA, para não chover durante todo o mês de Fevereiro”.

E afirma que “sem água, vai ser preocupante e um drama, nomeadamente para as culturas de Outono/Inverno e para as explorações agro-pecuárias”.

Rui Garrido afirma que “chegou a altura de nós alertarmos, porque brevemente, vamos ter um novo governo e, em conjunto temos que equacionar as medidas. Perante a falta de água e o aumento brutal dos custos de produção, gera-se uma situação muito complicada, para a rentabilidade das explorações agrícolas”. E adianta que “é nesse sentido que nós não podemos deixar de avisar, quem vem a seguir e estaremos cá para isso em termos de equipa ministerial, para o Ministério da Agricultura”.

Para a FAABA, os agricultores têm de estar preparados para a falta de água para o abeberamento de animais (e populações). As barragens da região, com particular ênfase para as da bacia do Sado, encontram-se a níveis historicamente baixos, comprometendo seriamente a próxima campanha de regadio. Noutros casos, nomeadamente nas barragens que se encontram ligadas ao complexo de Alqueva, a campanha de regadio poderá ocorrer, mas a água terá que ser adquirida à EDIA a custos muito elevados, agravando ainda mais as contas das várias culturas instaladas.

Tendo em conta esta situação, a sustentabilidade económica de muitas explorações agro-pecuárias do Alentejo ficará gravemente comprometida.