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Distrito de Beja é dos mais afectados com a falta de professores. Moura com colocações completas

Escrito por em Novembro 22, 2021

O Sindicato dos Professores da Zona Sul (SPZS) efectuou um levantamento, junto dos agrupamentos de escolas do Alentejo e Algarve, sobre os horários em falta, constatando que a 17 de Novembro de 2021 ainda há 61 horários por preencher, no momento em que já foram publicadas 11 reservas de recrutamento e foram publicitadas milhares de horas para contratação de escola.

O presidente do Sindicato, Manuel Nobre disse à Planície que “esta é uma situação, que se vem arrastando e agravando ao longo dos anos. O número de horários com professores em falta, tem vindo a aumentar gradualmente ano após ano”. E adianta que “chegámos ao final do 1º período, com muitos professores em falta, uma vez que, as medidas políticas deste governo e dos seus antecessores, levam a que haja um afastamento dos jovens da carreira docente. Isto é essencialmente claro, aqui no distrito de Beja, com horários incompletos, distâncias muito grandes para se percorrer. Professores que se queiram colocar aqui, na região, em alguns casos a ganhar o salário mínimo, tendo em conta, que se trata de horários incompletos ou até temporários com uma grande sobrecarga de trabalho, leva a esta realidade, que este ano, continuamos ainda, com muitas escolas no distrito, com professores em falta”.

O sindicalista sublinha que “Beja é o 6º distrito a nível nacional, com mais carências. Os horários em falta, continuam semana, após semana, sem professores que os ocupem”, acrescentando que “podemos até dizer, que estamos a recuar, mais de 30 anos, porque as escolas estão a recorrer a uma maior sobrecarga dos docentes, atribuindo horas extraordinárias em cima dos horários já existentes”.

O Sindicato dos Professores da Zona Sul, em comunicado enviado à nossa redacção, frisa que “é um grave problema que o país está a atravessar desde há muitos anos, estando a tornar-se uma bola de neve, porque as soluções não surgem. Procurando chamar a atenção do Governo e do Ministro da Educação que durante 6 anos ignorou este problema, pela necessidade de medidas concretas que valorizem a profissão e contribuam para a sua atractividade, e de forma a salvaguardar os docentes destas novas e dificilmente suportáveis sobrecargas de trabalho lectivo e não lectivo o SPZS e a FENPROF vão realizar uma greve, com início hoje, às horas extraordinárias decorrentes desta problemática”.

O Agrupamento de Escolas de Moura, tem actualmente os horários preenchidos, no entanto teve algumas dificuldades, como adiantou o presidente do Agrupamento, Rui Oliveira à Planície.

“Neste momento, só não conseguimos ainda colocação de um professor de Educação Especial, de resto temos tudo. É verdade que tivemos alguma dificuldade em colocar o professor de matemática e de Informática, mas neste momento está tudo colocado”.

Rui Oliveira sobre o facto de o Agrupamento ter conseguido a colocação dos professores, adianta que “é uma questão de tempo”, ficar em dificuldades de preencher os horários, “porque já se nota” e “ainda por cima dizem que nos próximos 6 anos se vão reformar 40% dos professores. É uma questão de tempo”.

A maioria dos horários disponíveis no distrito de Beja são temporários e/ou incompletos, o que dificulta a sua ocupação, pois os professores evitam deslocar-se para muito longe da sua residência para trabalharem só algumas horas ou em muitos dos casos apenas um mês e receber, na generalidade dos casos, um salário equivalente ao ordenado mínimo, não lhes permitindo sequer suportar uma renda de casa.

Desde 15/09/2021 até 16/11/2021 estiveram disponíveis na plataforma da Contratação de Escolas 2.914 horas no distrito de Beja, que é o 6º distrito a nível nacional com mais horas a concurso na contratação de escola, tendo apenas 21 agrupamentos de escolas.